Novas mudanças feitas pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO) na MP 1.031, medida provisória que autoriza a privatização da Eletrobras, atropelam o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) no licenciamento ambiental da linha de transmissão de energia Manaus-Boa Vista. O empreendimento foi leiloado em 2011 e sua previsão era de entrar em funcionamento em 2015, mas até hoje as obras não começaram. A polêmica gira em torno da passagem do “linhão” pelas terras do povo indígena Waimiri-Atroari, devastado pela construção da rodovia BR-174, na ditadura militar. Em busca de votos para aprovar a MP da Eletrobras, Marcos Rogério acatou emenda apresentada pelo senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR). A redação da emenda modificada estabelece que, “uma vez concluído o Plano Básico Ambiental-Componente Indígena (PBA-CI), traduzido na língua originária e apresentado aos indígenas, fica a União autorizada a iniciar as obras” da linha de transmissão. Na prática, haveria dispensa da aprovação pela Funai e pelo Ibama, responsáveis pela análise do licenciamento ambiental. (Valor Econômico – 17.06.2021)