ONS descarta racionamento e apagão em 2022

O ONS afastou as chances de racionamento de energia e de um apagão em 2022, dentro do atual cenário hidrológico do país, disse ontem o diretor-geral da entidade, Luiz Carlos Ciocchi. “Risco [de racionamento] sempre existe, é parte intrínseca do negócio, mas se estivermos falando da questão do efeito hidrológico, no cenário que temos hoje não vemos nenhuma possibilidade com relação a um racionamento ou apagão causado por questões hídricas [em 2022].” Ciocchi disse que o sistema está hoje “mais preparado” para enfrentar os períodos de maior restrição, depois da experiência do ano de 2021. Ele citou a expetativa de entrada de 10 mil MW de potência em 2022, além de mais 16 mil quilômetros de linhas de transmissão em 2022 – o que aumentará a transferência de energia do Norte e do Nordeste para o Sudeste-Centro-Oeste. Ciocchi comentou, ainda, sobre as perspectivas de operação das termelétricas. Depois de atingir um pico de cerca de 20 mil MW nos últimos meses, o despacho tem sido gradualmente reduzido e deve ficar, no máximo, em 15 mil MW em dezembro. As projeções para janeiro e fevereiro ainda dependem da conformação dos números da previsão meteorológica, mas a expectativa é que o nível de operação das usinas seja mantido em torno de 15 mil MW. Ciocchi comentou também sobre as perspectivas de importação de energia do Uruguai e da Argentina. Segundo ele, em dezembro já não foram importadas cargas dos dois países vizinhos. É possível, contudo, que o país volte a recorrer aos volumes argentinos e uruguaios no início de 2022. (Valor Econômico – 16.12.2021)